Bárbara Pereira de Alencar se tornou o maior símbolo da mulher cratense. Foi líder da revolução de 1817 no Cariri, uma mulher guerreira e idelista acabou sendo presa em nome das suas ideias libertadoras. Sua residencia no Crato onde morou, localizada na Praça da Sé foi a primeira construção de cal e pedra da cidade e posteriormente foi demolida e com isto foi erguido a edificação da Secretaria da Fazenda do Estado. Em seu Sítio Pau Seco, hoje município de Juazeiro do Norte,nos dias de hoje apenas restaram os escombros da velha casa de campo, onde a mesma e os filhos sonharam com as ideias republicanas do Nordeste. Mas o Sítio Caiçara localizado no município de Exu (PE),onde nasceu, a família teve o intuito de restaurar e transformar a velha casa em um museu particular. A heroína veio a falecer no Sítio Touro no Estado do Piauí, em 1832 em seu pedido particular desejou ser sepultada de forma simples dentro de uma rede da mesma forma que eram sepultados os escravos. Com o intuito de perpetuar as memórias da líder revolucionária foi criado o Centro Cultural Bárbara de Alencar (CCBA) localizado na Rua Carlos Gomes, 470, José Bonifácio, Fortaleza, CE, CEP 60040-230, Brasil Data de abertura 21/8/2003 neste local consta os feitos e memórias,difundir os valores da cultura nordestina através de obras de ciências sociais e eventos de caráter educativo, projetos e atividades de culturais.
Fonte: www.onordeste.com
Bárbara de Alencar foi casada com o comerciante português José Gonçalves dos Santos, com quem teve três filhos entre eles José Martiniano de Alencar o pai do escritor José de Alencar. Ela em seu período era uma mulher de muita fibra e coragem, em buscar defender seu ideias republicanas em um país então governado pela monarquia portuguesa. O seu engajamento político estava muito ligado ao seu filhos e principalmente de Tristão de Alencar. A Revolução Pernambucana em 1817, que tinha como objetivo a independência do Brasil e a proclamação da República, acaba durando menos de três meses, mas Bárbara teve seu papel importante , tanto no movimento quanto na Confederação do Equador em 1824.
Em 1817, acompanhou seus filhos Tristão de Alencar e José Martiniano de Alencar no movimento com o intuito de emancipação. Neste período ela era vista como subversiva, pois as mulheres apenas era incumbida dos afazeres domésticos, com isto Crato acaba ganhando destaque por ser a única localidade cearense que aderiu ao movimento de libertador de Pernambuco em 1817.A partir das sublevações de Bárbara e seus filhos a população no local proclamaram a República do Crato que teve sua duração de apenas oito dias, um período curto mas ousado pois em busca de uma independência melhor para a localidade a população visava um crescimento deles.
CASA BARBARA DE ALENCAR CRATO / Fonte: cariricangaco.blogspot.com
Assim posteriormente restaurando o governo monárquico, as lideranças deste movimento foram todos presos. Entre eles se encontrava Bárbara, sendo considerada a líder política do Brasil desta maneira acabou sendo levada para uma cela subterrânea em Fortaleza localizada dentro do Forte de Nossa Senhora do Assunção, localizado à margem esquerda da foz do riacho Pajeú, sobre o monte Marajaitiba (10ª Região Militar do Exército de Fortaleza). O local é aberto para visitação e ostenta uma placa de metal com a inscrição: " Aqui gemeu longos dias D. Bárbara de Alencar, vítima em 1817 da tirania do governador Sampaio." entre outras.
Cela Subterrânea Localizada no Forte Nossa Senhora do Assunção / Fonte:www.panoramio.com
Cela Subterrânea Localizada no Forte Nossa Senhora do Assunção / Fonte: moraremfortaleza.com.br
Cela Subterrânea Localizada no Forte Nossa Senhora do Assunção / Fonte: coisadecearense.com.br
Um belo documentário onde relata a História de Bárbara de Alencar produzido pelo programa Lá Pra Cá da TV BRASIL
Antônia Alves Feitosa, nascida em Tauá (CE) na data de 08 de Mrço de 1848 e falecida no Rio de Janeiro (RJ) na data de 09 de Outubro de 1867 aos 19 anos. Conhecida no meio militar como Jovita Feitosa, tentou participar como combatente junto a Guerra do Paraguai em 1865. Partuiu de Jaicós (Piauí) onde foi residir após o falecimento de sua mãe Maria Alves Feitosa. Escondida do seu tio se prontificou a se alistar no exército brasileiro tão logo ciente da notícia da guerra e a necessidade de novos combatentes ao fronte de batalha, via que o Governo Central havia uma grande necessidade que as províncias haveria estimular o voluntariado para reforçar o exercito do País que contava com apenas 18 mil homens,já que no período não havia a obrigatoriedade como os dias de hoje. quando Brasil, Argentina e Uruguai se uniram na tríplice aliança contra o Paraguai.
Em Teresina, Jovita Feitosa aos 17 anos se disfarçou de homem, cortando seu cabelo no estilo militar, amarrou os seis, usou chapéu de couro e foi em direção da guarnição da provincial. Neste primeiro momento conseguiu enganar os militares, porém em uma visita no mercado público foi delatada por uma mulher que logo reconheceu seus traços femininos como predominância que havia de etnia indígena.
Fonte da imagem: http://cidadeverde.com/noticias/96492/jovita-feitosa-venceu-o-preconceito-e-lutou-nas-forcas-armadas-conheca
Ao lado de Padre Cícero temos a imagem de José Lourenço Gomes da Silva, conhecido por ser líder da comunidade do Caldeirão de Santa Cruz do Deserto que se localizava na zona rural do Crato e por todos chamado por Beato José Lourenço.
Fotografia: Magno Sousa
Fotografia: Magno Sousa
Trabalhava como agricultor na região Paraibana para latifundiários e ao cansar de ser mal remunerado, mudou-se para Juazeiro do Norte, sendo atraído pela devoção ao Padre Cícero. Conforme a história relata Padre Cícero deu um lote de terra para onde o beato e seus retirantes se deslocaram e com isto a comunidade começou a prosperar, mas infelizmente acabou despertando a fúria dos fazendeiros da região. Para criar um descrédito houve um boato a ser espalhado que o membros idolatravam o Boi Mansinho como a um Deus. A igreja Católica se irrita com o boato e acaba pressionando o Padre Cícero para que posiciona-se a respeito do assunto, desta forma para evitar transtornos, Floro Bartolomeu ordena que sacrificassem o boi e prendessem o beato.
Fotografia: Magno Sousa
Fotografia: Magno Sousa
Fotografia: Magno Sousa
Posteriormente com a soltura do beato o mesmo transferiu a comunidade para o Caldeirão, um local afastado, entretanto as perseguições deram continuidade em 1936, assim foi invadida e arrasada pelas forças estaduais e federais. Esta comunidade era autossustentável e dava abrigo as famílias de retirantes que escapavam da exploração imposta pelos donos de latifúndios.
Deparamos com a ala do Sincretismo Religioso, onde a fé do povo nordestino fala mais alto e sua crença leva a sua evolução como povo forte. E ao chegarmos contemplamos a batina do Cícero Romão Batista ( 1844 - 1934 ), mas conhecido como Padre Cícero ou mesmo Padim Ciço.
Batina de Padre Cícero / Fotografia: Magno Sousa
Para
alguns, um Homem carismático e de grande influência sobre a vida
social, política e religiosa do Ceará e de profunda ligação com Deus (como no caso da Beata Maria de Araújo), porém, para outros, um "coronel de batina", proprietário de terras e gados e interferindo de forma questionável (como no caso da Revolta de Juazeiro).
Independente de qualquer das linhas de entendimento sobre o referido Sacerdote, é inegável que Ele (Padre Cícero) é uma das maiores referências no que diz respeito ao discurso de motivação e identidade da Fé no Ceará.
Fotografia: Magno Sousa
A ala onde estão expostos diversos itens sobre a história do padre também apresenta uma indicaçao do chamado Ex-Voto (ex-voto suscepto - o voto realizado) que é uma forte identificação da devoção de um Povo. Segundo o costume, o Devoto, depois de uma grande graça alcançada por meio de um Santo (seja de devoção, seja de necessidade), o indivíduo oferece um "presente" para demonstrar seu apreço e gratidão.
Fotografia: Magno Sousa
A fotografia acima mostra alguns dos oferecimentos diversos (que podem ser esculturas, pinturas, fotografias ou desenhos) que refletem o visualmente a intervenção do Santo (como a cura de uma doença ou ferimento, por exemplo).
A ala Artes da Escrita, nos leva a cultural literaria do Ceará, onde temos a oportunidade de ver exemplares de saudosa Raquel de Queiroz (1910-2003) onde foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras, eleita para ocupar a cadeira de número cinco, em 1977.
Fotografia: Magno Sousa
Exemplares de Raquel de Queiroz / Fotografia: Magno Sousa
Importante
lembrar que seu primeiro romance O Quinze, (que trata da questão da Seca e Campos de Concentração no Ceará) ganhou o prêmio da
Fundação Graça Aranha. O livro de prata que remete a sessão de abolição
da escravatura em 25 de Março de 1884, juntamente com o quadro que
mostra a classe abolicionistas ao assinar o decreto.
Tintura da assinatura da Abolição da Escravatura no Ceará / Fotografia: Magno Sousa
Escravidão e Abolicionismo
O retrato da Escravatura no Ceará esta estampada nas peças usadas para torturas que, além de física, podemos imaginar o impacto psicológico e emocional do Escravo, quando este passava por estes momentos em sua vida.
Itens da Escravatura / Fotografia: Magno Sousa
Temos
também o Sincretismo religioso exposto em suas cultural vindo da região
Africana onde eram retirada de suas famílias e utilizados como mão de
obra, vendo que o escravo era considerado como um objeto e não como um
ser humano, ou seja um ser sem alma.
Itens da Escravatura / Fotografia: Magno Sousa
E em 25 de Março de 1884 (quatro
anos antes da promulgação da Lei Áurea), o Ceará já havia abolido seus
escravos, sendo esta data fixada como feriado regional (através de emenda constitucional, aprovada e sancionada pela Assembleia Legislativa do Ceará), por seu já comentado peso e contribuição na História do Ceará.
Ao entramos ao Palacete que hoje se constitui o Museu do Ceará, somos recebidos pela bela Iracema (do Tupi, significa "saída de mel, enxame, saída de abelhas") e pelo escritor José de Alencar um dos mais belíssimos romances da literatura romântica, escrito e publicado em 1865, onde ilustra a história da índia Iracema que acaba se apaixonando pelo europeu Martim Soares Moreno.
O Livro tem uma mistura de história real, aspectos mitológicos da cultura indígenas e história da colonização do Brasil.
Fotografia: Magno Sousa
Ao acessar o piso superior, deparamos com uma Jangada, item que representa uma parcela do trabalhadores do Estado no decorrer dos séculos (pescadores,transportadores entre outras funções).Assim damos inicio a interação a sua imaginação, buscando entender sua utilização e o acervo que se encontra exposto permanentemente com sua divisão que busca interagir com o público que lá percorre suas alas.
Fotografia: Magno Sousa
Povos indígenas:entre o passado e o futuro
Podemosver, nas peças expostas, o desenvolvimento da Cultura Indígena do Estado do Ceará, com suas cerâmicas que eram utilizadas como forma de armazenamento e para sua alimentação em grupo.
Peças para armazenamento e alimentação / Fotografia: Magno Sousa
Trazendo diversas formas, cada uma destas peças consta sua própria História de como foi utilizada em seu período majestoso pelas tribos que faziam parte desta terra.
Forma de produzir cerâmica / Fotografia: Magno Sousa
Além de armazenamento, estas estruturas de cerâmicas tinha sua utilização em seus momentos funerários, onde o falecido era sepultado em posição fetal. Tendo como crença que pudesse retornar ao ventre da mãe natureza. E suas ferramentas como pedras polidas que facilitavam no momento da caça até mesmo da manufatura dos itens colhidos dando- se seu tratamento necessário para seu consumo.
Urna Funenária / Fotografia: Magno Sousa
Ferramentas para caça / Fotografia: Magno Sousa
Poder das armas e armas do poder
Subjetivo podemos interpretar esta ala, pois temos a oportunidade de entender qual o papel do Poder Militar, por ter sido uma das ferramentas de influências decorrente do período, além do poder financeiro que alguns membros da sociedade haviam, desta maneira a elite sobre saiam perante a massa pobre.
Fotografia: Magno Sousa / Governantes do Ceará
Fotografia: Magno Sousa / Papel moeda
A exposição das Armas usadas na época mostram "Quem" é que determinava a Ordem Social perante a parcela menos favorecida da População. O uniforme mostra que o individuo tem seu
diferencial neste periodo de província.
Armas de fogo / Fotografia: Magno Sousa
Retrato de Dom Pedro II / Fotografia: Magno Sousa
Conhecer
todos os governantes no período que o Ceará era Província, por meio de
retratos expostos em sua determinada sequencia, é ter a curiosidade de
entender como foi o desempenho de cada gestão e seus prós e contras.
Constituído inicialmente como dependências do Arquivo Publico (Rua 24 de Maio, 238 Centro da capital), sendo a primeira instituição museológica oficial do Estado (Ceará), criada por Decreto em 1932, mas sua abertura oficial se deu ao publico em Janeiro de 1933 com a denominação de Museu Histórico do Ceará.
Em
1934, o Museu e o Arquivo se transferiam para a Avenida Alberto
Nepomuceno, 332, localizado em frente a Praça da Sé. Nos dias de hoje, a
edificação já não consta mais.
Este
local busca, com uma grande missão, ter que promover uma reflexão numa
visão critica sobre a História do Ceará por sua atividades como cursos,
práticas pedagógicas, publicações, exposições, exposições e pesquisas
museológicas.
Em meados de 1951, houve um novo deslocamento do seu arquivo para o Palacete Senador Alencar, que, anteriormente, era a Assembleia Legislativa e o Museu se manteve no edifício ainda na Praça da Sé até 1957, sob a tutela do Instituto Histórico do Ceará que, posteriormente, se transferiu para o local.
Esta
iniciativa Governamental da época era para haver uma instalação
adequada ao seu arcevo. Reformas foram feitas em suas peças e atribuídos
itens indígenas, aquisição que acabou dando um feito diferencial à
Instituição, que em 1955 houve sua reabertura ao publico com uma nova
denominação de Museu Histórico e Antropológico de Ceará.
Onde
foi instalado, o governo Paulo Sarasate resolveu construir o Fórum Clóvis Beviláquia, onde posteriormente foi transferido o Museu para a
Avenida Visconde de Cauype, 2341. Neste local ficou até 1967, quando a
Universidade Federal do Ceará solicitou o espaço para ampliar as
dependências da sua Faculdade de Economia ,prometendo, em sua
contrapartida, uma edificação na Rua Barão de Rio Branco, 410 (Sede nos
dias de hoje do Instituto Histórico).
OMuseu ainda seria
deslocado novamente em 1971 para a Avenida Barão
de Studart, 410 (Sede nos dias de hoje do Museu da Imagem e do Som); e
em 1990, para a Rua São Paulo, 51 , onde receberia o nome de Museu do
Ceará e que se manteve-se até os dias de hoje.
Ao
seu percurso de mais de setenta anos o Museu do Ceará possui-o diversos
administradores, Instituto Histórico, Secretaria de Cultura do Estado
do Ceará (SECULT) em 1967. A Instituição hoje se encontra no imóvel
imponente ao período históricos o Palacete Senador Alencar, tendo sua
idealização inicialmente para ser a Assembleia Legislativa da Província
do Ceará, na época do Brasil- Império.
Tendo sua construção iniciada no
ano de 1856 e sua conclusão em 1871 e posteriormente seu tombamento como
Monumento Nacional pelo IPHAN em 28 de Fevereiro de 1973. Sua
edificações ainda mantem sua originalidade arquitetônica com seu estilo
neoclássico.